Por Daiane Catuzzo
No mês em que se comemora o Dia do Empreendedorismo Feminino – 19 de novembro – quero trazer algumas reflexões sobre esse tema tão atual, mas sob um viés diferente: relembrar algumas mulheres empreendedoras que marcaram a História do Brasil, muitas vezes esquecidas e tão pouco valorizadas.
Maria Quitéria
Você já ouviu falar de Maria Quitéria? Em muitos livros de História, é considerada a Joana D’Arc Brasileira. Baiana, nascida em 1792, foi a primeira mulher a fazer parte do Exercito Brasileiro.
Enfrentou seu pai, fugindo de casa para poder participar de forma ativa nas lutas pela Independência do Brasil. Ela tinha grandes habilidades para a luta e para a utilização de armas de fogo. Recebeu a condecoração da Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul.
Imperatriz Leopoldina
Maria Leopoldina Josefa Carolina, conhecida como a Imperatriz Leopoldina, teve educação exemplar, se destacava pela boa articulação política e estava sempre atenta ao que acontecia à sua volta. Teve um papel importante para a Independência do Brasil.
Junto com José Bonifácio, a Imperatriz Leopoldina percebeu a ameaça de guerra de algumas províncias contra o Império. Leopoldina e Bonifácio então convenceram Dom Pedro I a ficar no Brasil e declarar a Independência. Porém, quem assina o Decreto foi a Imperatriz Leopoldina, já que naquele momento ela era a chefe do Conselho de Estado, e não o Imperador.
Anita Garibaldi
Outra grande mulher da História brasileira foi Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, que se tornou conhecida com o nome de Anita Garibaldi. Apelidada de “heroína dos Dois Mundos”, Anita teve uma atuação importante tanto no Brasil, quanto na Europa.
Sua história empreendedora começa quando abandona o marido para lutar na Guerra dos Farrapos, em 1839. Casou novamente, com Giuseppe Garibaldi, com quem enfrentou exércitos, foi capturada, fugiu, passou quatro dias sem comer e beber, tudo isso grávida– uma enorme quebra de padrões para a sociedade da época.
Todas essas mulheres que marcaram a nossa História acreditaram em seus ideais, souberam articular com seus pares, sejam eles homens ou mulheres. Foram atentas aos detalhes, usaram sua sensibilidade para tomar decisões.
Hoje a realidade é outra, mas as características empreendedoras que moveram essas mulheres fantásticas precisam continuar presentes e adaptadas para os novos tempos. O empreendedorismo feminino precisa ser fortalecido: mais mulheres precisam se apropriar de seus desejos e buscar o que almejam, sem impor limites a si mesmas.
É importante ter consciência de que o ambiente empresarial impõe desafios, às vezes até preconceitos. Mas será que os obstáculos que enfrentamos hoje são tão mais desafiadores que aqueles que essas mulheres relevantes da nossa História enfrentaram? Ouso dizer que, naquela época, era ainda mais complicado do que nos dias atuais. Porém, elas não se acomodaram diante das imposições que foram colocadas, preferindo ser firmes e convictas no que buscavam e acreditavam. Que sirvam de exemplo para as empreendedoras brasileiras do século 21.