Por: Nelson Naibert
Iniciamos 2015 com indicadores negativos: precariedade nos fundamentos macroeconômicos, inflação fora da meta e economia estagnada. Além disso, empresários e investidores convivem com o aumento da carga tributária — que já chega a 35,95% do PIB, novo recorde. A reboque, veio uma política econômica austera, com corte de gastos públicos, elevação de impostos e mais juros (o que encarece o crédito). Este cenário assustador nos obriga a refletir e buscar caminhos para manter a saúde financeira e a competitividade das empresas.
O crédito escasso e as margens apertadas já são realidade para 80% dos empresários. O impacto na relação entre a oferta e a demanda será inevitável. Afinal, a elevação da Taxa Selic vai gerar impactos na aquisição de bens e no investimento em produção. Nestas horas, empresários tentam alavancar as operações com créditos de curto e médio prazos — e que agora são os mais caros. Essa saída, porém, pode matar a empresa. Isso não quer dizer que seja um erro recorrer ao sistema financeiro, mas é importante ter consciência dos riscos inerentes a um momento de instabilidade.
Neste contexto, não há como prever a retomada do crescimento, dificultando a elaboração de um planejamento financeiro. Sendo assim, é recomendável realizar análise interna, principalmente no que se refere aos impostos, antes de buscar socorro. Levando-se em conta a alta carga tributária no Brasil, uma boa gestão relativa aos impostos — que representam até 40% do custo de um produto — causa impacto relevante no caixa. Ou seja: esta fatia pode ser o diferencial de sobrevivência e competitividade de uma empresa, que já vive espremida entre os valores de matérias-primas, margens de lucro reduzidas e as imposições do mercado.
Logo, é importante que um grande número de empresas revise procedimentos de gestão tributária na busca da competitividade. E não somente as grandes corporações, pequenas e médias principalmente. Cada vez mais, estas procuram alternativas mais saudáveis para melhorar suas margens. Mas é fundamental que haja cautela. Um bom planejamento transcende fases difíceis e deve ser incorporado ao dia a dia da empresa.