Confira a entrevista exclusiva de Andreia Fontana:
1) Você tem uma vasta experiência na área da comunicação. Quais as mudanças ais profundas que você pode acompanhar? E quais seus desafios? O que não mudou: ser jornalista continua sendo essencialmente investigar e contar. Continuamos buscando o novo, apurando fatos, ouvindo, perguntando para depois produzirmos e distribuirmos conteúdo com a melhor qualidade possível, no menor tempo possível. As mudanças mais profundas vieram com a internet. Ela trouxe o público para dentro dos veículos. Instantaneamente sabemos o que o leitor está lendo e o que ele está achando do que está lendo. O desafio foi ouvir o público e saber reagir assertivamente ao que ele mostrava ou dizia. Outra mudança veio com a quantidade de informação que os jornalistas, mas qualquer pessoa, têm disponível hoje. Somos desafiados a encontrar e mostrar o que é importante, mas de maneira interessante. E também temos o desafio de a jogar luz sobre o que é verdadeiro neste mundo de fake news. E também tivemos de aprender a buscar os dados cada vez mais na origem, nos documentos, nas bases de dados, sem depender de intermediários, entrevistados. E uma terceira mudança é que todo mundo passou a ser produtor de conteúdo, obrigando jornalistas e veículos a se reinventarem e recolocarem.
2) A comunicação é um aspecto muito importante para todas as empresas. Como você percebe este aspectos nas organizações? Comunicação é aspecto essencial em qualquer organização. O que percebo é que muitas organizações só se dão conta da importância da comunicação quando as coisas dão errado.
3) Atualmente a comunicação ganhou uma velocidade até então não vista na história. Como esta sendo para o Jornal Pioneiro passar por esta transformação? A comunicação foi uma das primeiras áreas a ser impactada pelo advento da tecnologia. Para o Pioneiro, para qualquer veículo de comunicação e comunicador que queira se manter relevante, a transformação é parte do dia a dia, há tempos, e provavelmente nunca mais deixará de estar presente em nossa atividade.
4) Com as mídias sociais todas as pessoas podem expressar sua opinião sobre qualquer assunto, como você percebe esta relação com a comunicação empresarial? A autoexpressão é o entretenimento do momento. Para as empresas, o primeiro passo é saber se comunicar usando da melhor maneira cada uma das diferentes plataformas. E isso significa estar pronto para responder a cada comunicação que o público faz com ela ou sobre ela, a qualquer tempo.
5) Como você vê o papel dos influenciadores digitais no contexto da comunicação empresarial? Vejo como um canal com relevância, especialmente para públicos específicos.
6) Em um ambiente polarizado em que vivemos, qual a tua sugestão para que a comunicação das empresas seja mais assertiva? Fazer o que é certo é o mínimo esperado. Começando assim, fica fácil acertar na comunicação. O problema é que neste ambiente em que vivemos, não sabemos se vamos acertar. A minha dica é que a gente tenha equipes diversificadas e submeta a elas o que queremos dizer. O risco de errar diminui bastante. E, em caso de erro, que haja humildade para reconhecer o equívoco e aprender com ele.