Por Alexandre Dal Pai Tessari
Dizer que o mundo está mudando é um grande clichê. O momento pelo qual estamos passando vai muito além disso. Estamos vivenciando a transição para uma nova Era, que impacta absolutamente tudo o que nos cerca, e nos leva a um caminho ainda incerto. Incerto pois vivemos uma realidade de mudanças em velocidade exponencial. Uma força de mudança que cria revoluções em um piscar de olhos. Conforme Gordon Moore teorizou na década de 60 ao identificar que os processadores dobravam de capacidade ano após ano, e reduziam de preço de forma inversamente proporcional, as novas Eras, que envolvem nanotecnologia, inteligência artificial, e biotecnologia, irão – na verdade, já estão – transformar novamente a sociedade, e consequentemente, nossas empresas.
Tomando a Revolução Industrial como referencia, que teve seu inicio no final do século XVIII com a máquina a vapor e as ferrovias, até o advento da eletricidade e o marco da linha de montagem de Ford no inicio do século XX, possibilitando a produção em massa, levou cerca de 150 anos, e serviu de base para a outra grande revolução: a Digital, que teve seu inicio na década de 60, e ápice no inicio do século XXI. Cada nova revolução acaba servindo de suporte para a próxima, e acontecendo em um espaço de tempo mais curto que a anterior. Como se preparar para esta enxurrada de novas revoluções que não virão de maneira subsequente, mas sim, de maneira convergente?
Entender as forças e os sinais que cada uma destas tendências gera no presente é imprescindível, sejam elas refletidas em mudanças nos comportamentos de consumo, sociais, de trabalho, ou morais, apenas para citar algumas. Atentos a isso, e baseados em todas estas expectativas de futuro, é preciso aplicar o pensamento exponencial, e criar o presente agora. As organizações que quiserem fazer parte desta nova era também deverão se reinventar: ecossistemas enxutos e ágeis, sem aversão ao erro, que estimulem a criatividade e a inovação, equipes heterogêneas e multidisciplinares com diferentes visões para um mesmo problema, são só alguns dos pré requisitos dos novos tempos que estão por vir.
Nós temos o privilegio de viver durante uma importante transição de Era. Diante disso, nos resta apenas responder à seguinte pergunta: seremos meros observadores desta mudança, ou agente co-criadores deste futuro?
Alexandre é consultor do Grupo aliar na área de inovação. Graduado em Administração de Empresas com habilitação em Comércio Exterior pela UCS, com extensão em Business Administration na Universidade de Macau – China. Pós graduando em Gestão de Negócios na USP, cujo tema de pesquisa é Negócios disruptivos e seus impactos nas empresas tradicionais. Dedica-se a cultura da inovação dentro das empresas e ao estudo dos impactos das tendências futuras nas empresas de hoje.