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Os 3 maiores desafios para tornar uma empresa inovadora

Por: Carlos Arruda. Professor da Fundação Dom Cabral indica estratégias para viabilizar medidas apontadas como fundamentais por CEOs em pesquisa realizada pela GE.

Associar teoria e prática nem sempre é uma tarefa fácil. No que se refere à inovação, especificamente, esse descompasso pode ser crucial para as empresas. Muitas delas já sabem quais são as boas práticas que deveriam adotar para se tornar mais arrojadas.

Na hora de aplicar essas ideias, porém, esbarram em barreiras com raízes profundas. Parte desses desafios aparece na pesquisa “Barômetro da Inovação”, realizada pela GE com 2.748 CEOs em 23 países, incluindo o Brasil. Os entrevistados elaboraram dois rankings: um deles com as três práticas que consideram mais importantes para promover e acelerar a inovação na empresa, e o outro com as medidas que eles consideram mais difíceis de implantar.

A partir desse resultado, Caminhos Para o Futuro pediu ao professor Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, que indicasse estratégias para a viabilização das medidas mais desafiadoras. As 3 melhores práticas para promover e acelerar uma inovação radical e confiável: 1. Ter um processo claro e estruturado para gerenciamento da inovação (49%) 2. Encorajar e recompensar pessoas inovadoras (45%) 3. Criar uma cultura conectada em que a ideia de compartilhamento seja facilitada e onde todas as partes que contribuíram para algo sejam reconhecidas e recompensadas (45%) As 3 práticas mais difíceis de implementar: 1. Criar uma cultura conectada em que a ideia de compartilhamento seja facilitada e onde todas as partes que contribuíram para algo sejam reconhecidas e recompensadas (43%) 2. Desenvolver uma série de métricas para decidir que produtos ou serviços devem ser criados ou abandonados (42%) 3. Ter um processo claro e estruturado para gerenciamento da inovação (41%) Soluções estão conectadas

Segundo Carlos Arruda, as três principais dificuldades relatadas pelos CEOs na lista acima estão diretamente conectadas. Estudos da Fundação Dom Cabral mostram que as empresas mais inovadoras são exatamente aquelas que contam com um processo de gerenciamento claro e estruturado. Esse modelo inclui a criação de uma nova cultura e de métricas mais adequadas, assim como a inclusão da inovação entre os objetivos estratégicos e a oferta da estrutura e dos mecanismos necessários para que as novidades surjam.

O problema do modelo atual, diz Arruda, é que ele ainda está muito ligado ao das primeiras fábricas, que por sua vez foram buscar inspiração na forma como a igreja católica e o exército se organizam. Isso significa valorizar aspectos como treinamento, padronização e rotina, que são vistos como armas para minimizar erros. “O problema é que, à medida que se busca reduzir a ocorrência de erros, você cria barreiras à inovação, pois inovar pressupõe não saber se algo vai dar certo ou não”, diz o professor. Além disso, ele ressalta outro empecilho: ao longo do tempo, a competitividade entre as empresas acabou se transformando numa competitividade entre indivíduos. Resultado: os funcionários não se sentem confiantes para trocar ideias dentro da organização.